O ódio aos professores

Texto do Prof. Dr. Fernando Penna (UFF)

(comentário em uma publicação da página de facebook “Professores contra o Escola Sem Partido
(comentário em uma publicação da página de facebook “Professores contra o Escola Sem Partido“)

Este foi um comentário de incitação ao ódio contra professores feito por um defensor do Escola Sem Partido em uma página de facebook. Como sabemos, as redes sociais estão cheias de pessoas que se escondem por trás do anonimato e da distância física para vomitar ódio e preconceito impunemente e nenhum grupo pode ser diretamente culpado pelas ações destas pessoas. No entanto, argumentarei neste texto que algumas representações – dos professores, das escolas e de referências teóricas do campo educacional – estimulam esta onda de ódio contra professores e professoras. As representações que analisarei são difundidas nos seguintes espaços: o site e a página de facebook da organização “Escola Sem Partido”, no perfil público de seu criador e organizador, Miguel Nagib, e na página dos “Professores a favor do Escola Sem Partido” na mesma rede social.

A minha proposta é, inicialmente, listar alguns procedimentos discursivos utilizados pela organização “Escola Sem Partido” e seus seguidores, para, em seguida, analisar textos e imagens que utilizam estes procedimentos de maneira a criar um ambiente de ódio em relação aos professores e deixá-los com medo de fazer o seu trabalho de acordo com seu saber profissional. Foram selecionadas para a análise seis imagens – duas relativas a pensadores da educação, duas sobre a escola e duas representações de professores e professoras – que serão analisadas em conjunto com os textos que as acompanham.

Destaco dois procedimentos discursivos intrinsecamente articulados e utilizados neste ataque aos professores. Um primeiro procedimento é a utilização de termos que não possuem uma definição precisa, de maneira que uma ampla gama de casos possa ser enquadrada usando estas expressões. Cito, como exemplo, os termos: “doutrinação ideológica”, “ideologia de gênero” e “marxismo cultural”. Em todos os casos, termos cunhados para desqualificar uma prática deturpando a sua concepção original. O segundo procedimento, diretamente associado ao primeiro, é desqualificar os professores (especialmente aqueles que se opõem ao projeto), a escola e algumas das referências teóricas utilizadas no campo da educação. Esta desqualificação não se dá através de uma argumentação racional, mas através de ataques pessoais e imagens que representam o professor, a escola e seus pensadores como ameaças a crianças inocentes, e citando casos particulares considerados assustadores e insinuando que uma parcela significativa dos professores age da mesma maneira, mesmo que não tenham nenhum dado estatístico para apoiar esta generalização indevida. O primeiro e o segundo procedimentos se articulam: o uso de termos que não têm uma definição precisa para apontar uma ameaça abstrata que coloca em suspeição todos os professores e todo o sistema escolar.

Começo minha análise por um texto compartilhado no site da organização Escola Sem Partido – o discurso proferido pelo prof. Dr. Bráulio Porto em uma audiência pública sobre o tema da doutrinação na Câmara dos Deputados. Transcrevo a definição do termo ideologia à qual o professor afirma ter chegado depois de trinta anos de trabalho sobre o tema: “Um discurso ficcional e simplista que se apresenta como verdade a ser assegurada em última instância pelo controle total do poder governamental” (p. 3). O prof. Bráulio propõe esta definição para concluir que o “paulo-freirianismo é profundamente ideológico no sentido da definição por mim proposta anteriormente”. Notem bem que ele não falou em Paulo Freire, mas em “paulo-freirianismo”. Isso porque ele se negou a discutir algumas questões por falta de tempo: “se Paulo Freire era, ele próprio, paulo-freireano. Ele era. Mas isso nos levaria a discutir uma questão análoga à relação entre Marx e o marxismo (que recusou a paternidade do marxismo… e do filho que teve com a empregada doméstica dele). E nem se Paulo Freire e os paulo-freireanos são aquilo que Lenin chamou de ‘idiotas úteis’ da causa comunista” (p. 4-6). Este é o nível das discussões divulgadas pela organização Escola Sem Partido: desqualificando o trabalho complexo de pensadores importantes através do recurso não da crítica, mas da calúnia e da difamação de cunho pessoal.

(Imagem reproduzida no texto de Bráulio Porto)
Imagem reproduzida no texto de Bráulio Porto

E qual é a grande conclusão à qual chega Bráulio? “Parece-me, portanto, que a doutrinação político-ideológica em nossas escolas é um problema muito real em nosso país. Eu diria até, por razões que ficarão mais claras adiante, que o cartaz que causou tremenda indignação nas redes sociais ao conter os dizeres “Chega de doutrinação marxista! Basta de Paulo Freire!”, expressa um dos diagnósticos mais lúcidos da crise política que o país está vivendo neste momento” (p. 7). Paulo freire e Karl Marx seriam os responsáveis pela crise? Apenas indiretamente, porque a causa do “problema da doutrinação” seriam os cursos de formação de professores, especialmente a pedagogia.

O ataque a alguns dos principais referenciais para pensar a educação escolar, no entanto, não para por aí. Eis uma foto compartilhada pelo criador da organização em seu perfil público:

Imagem compartilhada no perfil público do criador da organização Escola Sem Partido
Imagem compartilhada no perfil público do criador da organização Escola Sem Partido

Alguns argumentariam que imagens como essas seriam comuns nas redes sociais, mas insisto que imagens como estas estimulam o ódio contra os professores e referências teóricas legítimas no campo de pesquisa educacional. A analogia baseada na similitude de relação entre o professor e seus alunos e entre o vampiro e suas vítimas é utilizada corriqueiramente pela organização em questão. A página do Escola Sem Partido no facebook adota a estratégia de divulgar eventos que se propõem a discutir o projeto de lei 867/2015 e, ao fazer isso com um evento organizado pela ANPUH-RJ e seu GT de Ensino de História e Educação, usou os seguintes dizeres: “Professores de história da ANPUH reivindicam autonomia para vampirizar os alunos”. Ao divulgar o quadro como a lista dos “deveres do professor” (criado pela própria organização e a ser fixado em todas as salas de aula de acordo com o PL 867/2015), registrou, junto com uma imagem similar à reproduzida acima: “A afixação desse cartaz nas salas de aula – como prevê o PL Escola Sem Partido – terá o efeito de uma estaca de madeira cravada no coração da estratégia gramsciana que vampiriza os estudantes brasileiros há mais de 30 anos”. Um dado assustador: este ano completamos trinta anos do final da ditadura.

As imagens do professor e da escola/universidade como o agente e o espaço da corrupção de menores inocentes estão se multiplicando nas páginas de defesa ao projeto escola sem partido. Vejam os dois exemplos abaixo:

(imagem compartilhada em um comentário na página de facebook do Escola Sem Partido)
Imagem compartilhada em um comentário na página de facebook do Escola Sem Partido

Nesta imagem a campanha de ódio dirigida ao Partido dos Trabalhadores e aquela dirigida aos professores e às escolas/universidades mistura-se. As universidades, controladas pelo PT, estariam praticando bullying ideológico contra os alunos universitários e transformando-os em militantes com camisas do Che Guevara. É interessante notar que a principal mudança é que os alunos antes de passarem pela universidade acreditariam na meritocracia e gostariam de trabalhar no futuro e depois combateriam a meritocracia e teriam perdido o seu amor pelo trabalho, que seria substituído pela dependência de políticas de ação afirmativa e cunho social. Esta imagem sozinha poderia render uma ampla análise sobre a defesa da meritocracia e o ataque às políticas de ação afirmativa, mas vou destacar a imagem da universidade como o espaço de corrupção da inocência das crianças. A imagem seguinte tem como um dos seus alvos a escola:

(imagem compartilhada pela página Professores a favor do Escola Sem Partido)
Imagem compartilhada pela página Professores a favor do Escola Sem Partido

Novamente a crítica à escola/universidade se mistura com a crítica ao PT. Não vou nem falar da representação extremamente ofensiva dos presidentes Lula e Dilma, o primeiro como um analfabeto e a segunda como uma mulher idiota. A frase diz “‘Pátria Educadora’ não é só isso… … é ISTO!!!”. Ocupando o topo do prédio da escola, existe um monstro alado: em seu peitoral está escrito “movimentos sociais” e em cada uma das asas, “luta de classes” e “ideologia de gênero”. Existem placas explicitando quatro elementos proibidos na frente da escola: a Cruz, a Estrela de David, um coração e um cérebro. A escola representada como um espaço terrível de corrupção dos inocentes. E quem são os agentes desta corrupção? Os professores. Analisarei duas representações dos professores, a primeira remete às ameaças da “luta de classes” e aos “movimentos sociais” e a segunda, à dita “ideologia de gênero”.

(imagem compartilhada em um comentário na página de facebook do Escola Sem Partido)
Imagem compartilhada em um comentário na página de facebook do Escola Sem Partido

A professora vestida de vermelho tem, como único pensamento, a imagem da foice e do martelo, símbolo do comunismo. Seus alunos imóveis parecem hipnotizados, enquanto a professora corta seus pensamentos para que eles assumam a mesma forma que o seu. De novo: alunos inocentes manipulados e corrompidos por uma professora que impõe seu pensamento através da manipulação. Mas, na minha opinião, a imagem mais chocante de todas é a que reproduzo abaixo, que tem relação com o termo “ideologia de gênero”. Este termo foi criado por grupos que tentam desqualificar e, até mesmo, demonizar o trabalho com a questão de gênero nas salas de aula. A meta, em grande parte já alcançada, é criar um termo que remeta a medos difusos de que as crianças aprenderiam a ser gays e lésbicas em sala de aula e que os professores estariam tentando destruir a família tradicional. Esta deturpação vil do trabalho do professor foi capturada na imagem abaixo:

(imagem compartilhada em um comentário na página de facebook do Escola Sem Partido)
Imagem compartilhada em um comentário na página de facebook do Escola Sem Partido

Uma mulher, com seus cabelos presos, usa os seguintes adereços: pulseiras, um pentagrama tatuado no braço (referência comum ao satanismo), uma estrela vermelha na camisa (a única coisa colorida e uma referência, de novo, ao PT) e um símbolo que parece o do anarquismo. Tanto nesta imagem como na anterior os olhos das professoras não aparecem, ocultos pelos seus óculos, reforçando a sua desumanização. Na camisa desta mulher está escrito “escola pública”, ou seja, ela representa a professora da escola pública. Essa professora segura uma criança mais baixa do que ela, que presumivelmente é um dos seus alunos. Na camisa da criança está escrito “jovem inocente” e ela tem seus olhos arregalados e corpo relaxado, como se estivesse hipnotizado ou paralisado, e sua cabeça está aberta, sem o seu topo. A professora então vomita dentro da cabeça da criança uma substância, sobre a qual está escrito “lixo”. Ao lado do desenho, uma fala que parece ser da professora: “Religião é para pessoas estúpidas… tudo o que você precisa é de sexo, sexo, sexo…”. A interpretação da imagem é muito direta, agressiva e vil para que precisemos analisá-la em detalhe. Estes movimentos afirmam que a “ideologia de gênero” teria como meta incentivar os alunos a abandonar a religião e incentivá-los a fazer sexo. Discutir gênero em sala de aula não é isso. É problematizar a violência doméstica. É trazer para a sala de aula a representação de famílias de diferentes configurações. É permitir que as pessoas de diferentes orientações sexuais se percebam representadas, e não silenciadas, no conhecimento produzido nas escolas. A estratégia aqui, como nos outros casos, é utilizar alguns casos particulares, onde a questão pode ter sido malconduzida por um professor, para proibir a discussão de toda uma temática central ao entendimento da realidade na qual estamos inseridos.

Os procedimentos discursivos descritos no início deste texto são repetidos nos casos analisados. Sempre usando termos com definições imprecisas que podem englobar todos os focos de ódio e medo, como “ideologia de gênero” e “marxismo cultural”. Repito, termos cunhados especificamente para desqualificar determinadas práticas e questões de debate. Não existem defensores da “ideologia de gênero”. Existem educadores que não se negam a discutir a complexa realidade dos alunos, que é permeada também pelas relações de gênero. Os professores, as escolas e referenciais teóricos importantes para os campos educacionais são atacados não através da argumentação racional, mas de representações no qual aparecem como monstros ou vampiros que abusam e corrompem crianças inocentes, tentando transformá-los em militantes ou degenerados sexuais que só pensam em sexo.

Convido todos a combaterem com veemência estas representações e as organizações que as tem difundido. Os professores são educadores que prezam pela pluralidade de ideias e não se negam a discutir todas as questões que permeiam a realidade dos alunos. Nosso objetivo é capacitá-los para compreender a sociedade em que vivem e atuar sobre ela.

31 comentários sobre “O ódio aos professores

  1. Algumas profissões são vítimas de ideologia de ódio, o maior exemplo são os policiais que são alvo de política de ódio contra os policiais, muitas vezes corroborada por docentes em colégios. Infelizmente existem professores, em especial nas áreas de história e filosofia, que têm destilado ódio contra trabalhadores profissionais da segurança pública, além de ir contra a nossa constituição democrática de direito e liberdade ao incentivar veemente a ditadura comunista! Mas isso é outra questão … Veja um exemplo o que aconteceu em sorocaba, onde humilhavam os policiais chamando-os de problema da sociedade pela sua violência! , em um trabalho acadêmico … caso noticiado nas redes sociais nesse mês de setembro! o policial está acostumado com todo mundo criticando o seu trabalho, e eu estou vendo que agora isso começa a acontecer com os professores tb. … eu acho que mostrar as ideologias é uma coisa mas apoiar o comunismo acho errado … mas enfim, o debate construtivo é algo muito positivo, sempre deixando a intolerância de lado, haja visto que estamos em um país livre e não em um pais ditatorial comunista que não respeita a liberdade de expressão.

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  2. Temos discutido o tema no GT de Trabalho, práxis e formação docente, do Grupo These (UERJ, UFF e FIOCRUZ). Como muito bem convoca o Professor Fernando, é tempo de combate veemente ao discurso fundado no ódio aos professores e na crítica aos teóricos da educação que fundamentam as práticas democratizantes da escola.
    Importa também perceber o processo complexo e contínuo de expropriação das competências profissionais dos professores, crescentemente reduzidos a executores de planos impostos dos “especialistas” da economia, da engenharia, da administração, entre outros.
    A (des)necessidade dos professores é o fenômeno complementar na disputa analisada por Penna, a quem agradeço o artigo.

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  3. “Não vou nem falar da representação extremamente ofensiva dos presidentes Lula e Dilma” kk. Ah, tadinhos deles né? Não pode ofender o Lula e a Dilma. Dá até vergonha de estudar na UFF!

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  4. Sou professor e testemunha de que é inegável o fato de alguns professores (da área de humanas especialmente) se valerem de sua posição para doutrinamento político e ideológico, usando o disfarce da democracia para tentar legitimar sua atitude antiética.

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    1. Fernando, a questão é que o modo como os projetos de lei apoiados pelo Escola Sem Partido estão escritos eles vão acabar com as bases da educação escolar. Se há a questão da “doutrinação” as escolas têm autonomia e meios para lidar com isso; eu também trabalho em escola e vejo nela e em outras de amigos (as) que poucas vezes são espaços homogêneos, onde os professores (as) de humanas podem dominar tudo.
      Além do mais, mesmo que o problema exista, você não acha que essa campanha de ódio ilustrada pelo texto também é, no mínimo do mínimo, muito problemática?

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      1. Eu acho que vocês não querem é ficar por baixo, o “Movimento Liberdade para Ensinar” tentar vender a ideia de uma reação a ação, mas a verdade é que o “Escola sem Partido” já o faz. Esse pessoal está respondendo na mesma moeda, pois o outro lado está escorado no poder legal de coerção do Estado. É muita irresponsabilidade negar esse problema, observe que na seção de comentários do seu artigo, há professores atestando que o problema denunciado pela “Escola sem Partido” realmente existe. Talvez esse seja o motivo do sucesso deles, mostrar que o óbvio realmente é óbvio. Enquanto o movimento de falsa reação de vocês, tenta criar uma cortina de fumaça sobre o problema ao questionar os métodos da supra citada organização.

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      2. Tiago, você está um pouco equivocado com relação ao papel do professor e do Estado no processo de ensino-aprendizagem. O Estado não tem qualquer “poder legal de coerção”; a própria ideia de Estado de direito democrático em que vivemos é o exato oposto disso. Por outro lado, os professores, sejam da educação pública ou particular, não são representantes do Estado ao realizar suas funções; no caso do ensino público, o Estado só é nosso empregador, não temos qualquer outro tipo de compromisso com ele além do empregatício. Dizer que o ESP está reagindo à um movimento previamente estabelecido é meio forçado porque essa afirmação parte do pressuposto de que existe uma organização de professores doutrinadores plenamente formada e pronta pra iniciar esse tal processo de “doutrinação” sistemática e plena. Porém, apesar da fala inflamada de representantes do ESP e de outros movimentos, essa conspiração de professores malignos não parece existir. Obviamente que professores podem cometer erros de julgamento e equívocos em suas práticas profissionais, mas as próprias escolas deviam ter autonomia para lidar com tais casos, o que não está presente no discurso do ESP. Se outros professores por aqui afirmam ter sido manipulados ou coagidos de certa forma por certo professor, é escolha deles se abrir e relatar esses casos. O maior problema talvez seja que essas palavras-chavões como “doutrinação” e “ideologização” estejam sendo usadas num contexto um tanto forçado. Agora, dizer que doutrinar e cooptar é a regra para o exercício docente a ponto de serem necessárias leis específicas para combater e criminalizar a conduta do professor é incorrer numa generalização extremamente infeliz.

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    2. Quer dizer então que minha voz será silenciada se eu falar de Max,Engels e outros pensadores sejam marxistas ou não. Por favor,estou interessado em transformar os alunos em cidadãos críticos e não vacas de presépios

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  5. Ao ouvir meu irmão de 12 anos dizer que sua professora de artes ensinou aos alunos que a presidanta é boa porque ela roubava dos ricos pra dar aos pobres, fico extremamente preocupado com os limites de boa parte de “educadores”, muito mais propensos a doutrinadores…É triste o cenário, mas mais triste ainda a má utilização dos meios de ensino por parte destas pessoas…Eu concordo com o escola sem partido neste ponto…professores não são para educar…isso compete à família… professores são para instruir. E muito poucos tem feito esta partede seu trabalho. É triste!!

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    1. Primeiro: a família educa dentro dos limites estabelecidos pela sociedade. Se uma família de racistas mandasse os filhos à escola dizendo-lhes para agredir seus colegas negros, seria dever do professor reprimir esta manifestação de “educação” familiar. Segundo: mesmo que existisse “doutrinação” na escola, a história do mundo nos mostra que ela seria INÚTIL. Stálin foi seminarista e Fidel Castro foi educado pelos jesuítas – e com toda a orientação doutrinal que certamente receberam, o que parece é que eles pensavam com suas próprias cabeças- como todos os seres humanos, aliás.

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  6. è um absurdo o que acontece nas escolas pelo nosso país, até em meu estado. Fico chocado em ouvir crianças falarem que odeiam escolas e seus professores.
    Adoro aprender e já pensei em ser um professor, mas não nasci com esse dom.
    O pior é escutar a filha do meu amigo falar que odeia os professores ( detalhe o pai dela é professor)
    Acho que muita coisa tem que mudar… Imediatamente.

    Parabéns pelo blog e pelo texto.

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  7. Apenas vim comentar qur o símbolo que a professora está usando remete não ao anarquismo e sim ao ateísmo.

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  8. Sou professor e quando estudei na Universidade no Curso de LIcenciatura, estudei Paulo Freire com educação libertadora. Mas hoje percebo que estes movimentos de base fizeram que me manipulassem e hoje tenho mais clareza, visto que o pessoal que está empunhando essas ideologias de base pregam o ódio entre classes e o amor deve perdurar. Queriam e chegaram ao poder, mas se juntaram aos poderosos e nos manietaram, onde hoje estão levando dinheiro nosso através do BNDES para países como CUBA, ANGOLA, dentre outros, gerando “rombo” no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e ocasionando a atual crise econômica, fortalecendo países de “esquerda”. Existem documentos do CODEFAT que diz isso, onde o governo destinou 70% de verbas que seriam do SEGURO-DESEMPREGO e PIS-PASEP para empresas “fazerem obras” (?) nesses países (isto é o mínimo que formalmente está dito) em detrimento de gerar empregos aqui no país. Pensem nisso.

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    1. Em outras palavras: o BNDES emprestou dinheiro ÀS EMPREITEIRAS BRASILEIRAS como um ADIANTAMENTO para que elas pudessem fazer as obras no exterior e depois serem pagas, e enquanto isso fossem empregando BRASILEIROS. Pode me dizer o que há de tão ruim nisso?

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  9. Preocupante!!! Os militantes radicais fundamentalistas do Iraque que atacaram os artefatos, alguns destes identificados como antiguidades do século 7 a.C., com marretas ou furadeiras, dizendo se tratar de símbolos de idolatria, fazem o mesmo, digamos apenas, num grau mais avançado da coisa.

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  10. A pergunta óbvia é: Por que os adeptos da teoria do ESP acreditam que quem não pensa como eles faz doutrinação e os formuladores das teorias desta onda detêm a verdade? Reflitam E descubram que doutrinar é acreditar sem questionar, exatamente o que vocês fazem. Ou seja, o ESP faz doutrinação barata e desagregadora porque incita ao ódio.

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  11. Partindo do pressuposto de “quem não deve não teme” o medo declarado do autor do artigo e de professores declaradamente apoiadores de ideologias de esquerda ao Projeto de Lei já demonstra claramente que, mesmo sob véus ornamentados de “Defesas das Bases da Educação”, “Liberdade para Ensinar” e outras declarações reacionárias, há sim um grande interesse na autonomia para influenciar os alunos ao seu bel prazer.

    Li no artigo do site Portal Aprendiz do Uol uma afirmação de uma docente:
    “[…] ela traduz o dever e a responsabilidade da professora ministrar suas aulas a partir de SUA CONVICÇÕES PEDAGÓGICAS e de SUA VISÃO DO MUNDO[…]”

    Em resumo, professores querem liberdade para traçar e transferir para os alunos a sua própria visão de mundo indo na contramão de uma educação plural e democrática.

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    1. Meu senhor, você está fazendo toda uma análise da conjuntura educacional e deste texto acima em específico baseada em um ditado popular, simplificando o texto para desmerecê-lo, estratégia retórica clichê, simplista mas muito típica de quem acredita numa “doutrinação sistemática” nas instituições públicas de ensino. Vergonhoso.

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  12. O professor, em uma maioria esmagadora, deixou de lado seu papel de instrutor ou se preferir de compartilhador de conhecimento, para tentar assumir o papel de educador. A visão dos profissionais do ensino que tentam tomar para si algo que não lhes compete é claramente a mesma das pessoas politizadas com o socialismo que acreditam ser papel do Estado a educação intelectual, política e social do cidadão.
    Começam por tentar perverter a história, transformando os vilões em heróis para depois transfigurá-los em exemplos a serem seguidos. Implementam em seu dia a dia a transmissão de ideário político que trazem conceitos convenientes ao desmantelo da sociedade atual com o objetivo simples, e antiquado, de perverter corações para gerar a revolta e “revolucionar” a sociedade. É mais do mesmo de sempre.
    Ideário de gênero ou político não são e nunca serão atribuições de um professor. Sua função é ensinar. Transmitir conhecimento. De forma alguma intervir na educação daqueles que por direito tem a obrigação de ministrá-la. E isso jamais deve ser mudado.
    Chega a ser ridículo alegar ter o direito de transferir conceitos pessoais sociais ou políticos para contra atacar, ou seja lá o nome que se queira dar, as ideologias que vigem na sociedade e ele não acredita. Isso nada mais é que ele querem aplicar aos outros aquilo que alega estarem fazendo com ele e os seus.
    Nossas escolas públicas são de péssima qualidade. E não é por falta de material. Muitas escolas públicas tem isso de sobra e nem por isso são melhores. É por conta de professores que há muito passaram a ser proletários. Transformaram o que deveria ser uma vocação em um emprego qualquer. Transformaram a arte de transferir conhecimento na de tarefa de elaborar provas fáceis de se passar para alunos cada vez mais alienados ao conhecimento e instruídos na política.

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    1. O que esses peões da Reação não conseguem perceber, é que toda educação, de certa forma, se faz “contra” a família, que ela necessariamente ensina algo diverso do que a família ensina, já que aquilo que a sociedade, a esfera pública, considera como digno de ser aprendido não é, nem pode ser, o mesmo que é importante do ponto de vista das relações privadas. Se a escola fosse repetir o que a família ensina, serio ocioso sair de casa para ir à escola. Mas num comentário acima, há uma consideração involuntariamente interessante: a de que os professores “tornaram-se proletários”. Isso é certo, e tem a ver menos com o desejo de desencaminhar do que com uma coisa que se chama desenvolvimento capitalista. O certo é que, por mais que muitos queiram se ver eternamente, no espelho familiar, como “classe média”, a nossa sociedade está se proletarizando, queiramos ou não, e é preciso que a escola prepare alunos para entenderem esta proletarização, os problemas que ela cria, e suas possíveis soluções. É isso.

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  13. O interessante de tudo isso é que o texto a acima não mostra nenhum dado científico para provar o alega. A verdade é que o sistema de ensino brasileiro encontra-se sucateado. Prova disso é o péssimo desempenho dos alunos brasileiros em exames internacionais. Todos as postagens do ESP são a mais pura verdade. Ainda que feitas de maneira satirizada, mostram que, de fato, a grande maioria dos professores brasileiros não ensina aquilo que é paga para ensinar, mas se preocupa apenas em transmitir sua “visão de mundo”, como se o aluno tivesse a obrigação de aprender sobre ideologias, sejam elas quais forem.

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  14. Estamos dentro de uma guerra cultural, e isso já está claro. Ainda bem que a educação em casa tem crescido no Brasil, e espero que seja regulamentada. Cada um quer ter autoridade para ensinar o que acredita. Os pais querem ensinar aos filhos a sua visão de mundo. Os professores querem ensinar aos alunos a sua visão de mundo. E quando essas duas visões entram em conflito, o que o professor deve fazer? Eu concordo com o MBL: o professor deve respeitar a posição dos pais e se limitar a assuntos neutros. Se quiserem ensinar suas ideias políticas e sua visão de mundo, façam uma reunião com os pais ensinando eles como eles devem educar os filhos em casa. Debatam com gente do seu tamanho. Por que é fácil falar da sua visão de mundo na sala, e ensinar as pessoas a pensar de forma crítica com as SUAS ferramentas de pensamento. Professor não deve ultrapassar a linha e falar de temas polêmicos em sala de aula. E aqui eu entendo que para muitos professores já afetados pela própria visão de mundo, certos assuntos polêmicos já deixaram de ser polêmica. Para a SUA visão de mundo o assunto que você trata pode nem ser mais polêmico, afinal já é a água em que você nada, o ar que você respira: você pode acreditar na maravilha da representatividade de gênero, ou na maravilha que seria uma sociedade socialista, ou na maravilha que seria uma educação à Paulo Freire, mas se existem famílias que discordam de você, que não acham isso uma maravilha. Aprenda a reconhecer que você NÃO É DONO DA VERDADE, SUA VISÃO DE MUNDO NÃO É A VERDADE QUE VOCÊ PRECISA IMPLANTAR NA SOCIEDADE, ELA É UMA POLÊMICA NÃO RESOLVIDA. Os pais também não são donos da verdade, mas eles tem o direito de educar os filhos segundo seus valores e princípios, sem encontrar nos professores um obstáculo para tal. Se os professores desejam ensinar algo que ainda é polêmico socialmente, que ensinem aos pais, para que os pais decidam o que fazer. Repito: professores, debatam com gente do seu tamanho. O professor que ensina a pensar de forma crítica tende a acabar ensinando (por acidente ou intencionalmente) o aluno a criticar todas as visões de mundo contrárias à do professor. Afinal a autocrítica não é o forte de alguém que acha que já sabe como o mundo deve ser, e usa seu poder de influência para transformar o mundo naquilo que ele acha que é bom. Tratar de bem e mal é tarefa de família, e não de professor.

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